Mercado de Jodhpur / Jodhpur market
Lisboa e Jodhpur. Duas cidades naturalmente distintas. Como é a vida no centro de cada uma delas e a diferença entre ser local ou estrangeiro.
Lisboa , uma cidade cheia de promessas ao estrangeiro, já para os locais nem tanto.
Entre sorrisos forçados e bifes de vaca a serem servidos ao preço da picanha ou mesmo as pastelarias no rossio com tempo de espera tão bom como a loja do cidadão.
Não quero de todo falar mal da minha cidade, em muitas coisas é fruto de orgulho nacional e minha também.
São as diferenças culturais e económicas que nos fazem pensar nos países menos ou mais desenvolvidos.
Em lisboa um cafézinho na nobre casa A Brasileira é servida pelo senhor qualquer coisa a preço de ouro e com um grande esforço por parte dele , e nosso também, para nos fazer sentir "bem" . Até podemos pedir um copo com água e termos a sorte de não nos olharem de lado pelo consumo de esplanada ser apenas de dois euros e meio.
Também me lembro de ter criado uma rotina com as amigas de ir beber um café, este mais barato, no Largo de Camões.
Palco de tantos encontros entre estrangeiros, pessoas locais e outros, este largo tem um quiosque bastante acolhedor com uma esplanada digna do sitio onde se insere. Entre os visitantes que anteriormente falei temos a verdadeira fauna do sitio. Hippies, comunistas sentados naquela mesa já por eles dada como bem adequirido, os rapazes dos caes, gatos e fogos e aqueles que andam ali às voltas a pedir dinheiro para continuarem a ser malucos. Mesmo que te sintas incomodado com tais presenças (principalmente as últimas a que fiz referência) e mesmo olhando para o lado e estar um policia presente, não há muito a fazer, talvez pagar e ir embora.
Na realidade um simples café de convivio e cuscovelhiçe pode tornar-se extremamente aborrecido. Esconder o maço de cigarros é sempre o mais acertado e que a dada altura se torna num acto simples e automático. Não olhar para o lado quando somos abordados, não ceder aos olhares tristes e moribundos dos corpos que se aproximam na esperança de mais um cêntimo no bolso. É triste e inevitável mas é uma má parte da cidade.
Claro que em muitos cafés somos bem recebidos em que a experiência se pode tornar inesquecivel.
Quando acordei de manhã na cidade de Jodhpur dirigi-me para o mercado central, mais conhecido como Clock Tower. Tem de tudo este mercado. Entre bancas de fruta, frutos secos, arroz, lentilhas, couves, brinquedos, é um ponto de encontro para todos a partir das 9h da manhã.
Quando entramos no mercado, do nosso lado direito temos o Shri Mishrilal Hotel que é provavelmente o melhor sitio para se beber um lassi. Para melhor se compreender, um lassi é um iogurte batido, com textura aveludada, meio amargo meio acre, e que pode ter vários sabores. O lassi em questão é especial, leva lima e é mais doce que os tradicionais, maravilhoso para começar o dia.
Entramos neste sitio e a saudação matinal não é a mais calorosa, sentamo-nos e aguardamos que o lassi chegue à mesa. Três dias seguidos a ir ao mesmo sitio bastou para sermos recebidos com um sorriso na cara e um adeus com as duas mãos.
Entre os comerciantes de produtos alimentares e os têxteis, toda a praça é um frenesim. Tuc-tuc, carros, motas, vacas, cães. Surgem de todos os lados e de todos os angulos possíveis com um aviso sonoro irritante que pelo que sei está presente em toda a Ásia, a buzina.
Todos os dias me foi oferecido um sari pela senhora da banca em frente aos sumos, ou calças "alibaba", como eles lhe chamam, pelos senhores das bancas de roupa. Oferendas que tive de rejeitar com varios "nãos" seguidos e uma compreensão estafante, como se não bastasse o calor intenso do Rajastão.
Um ponto comum em qualquer lojinha, banca ou café, é a recepção que temos. Existe uma grande vontade de receber por parte deste povo e que me fascina todos os dias. Os sorrisos nada forçados fazem-nos sentir sempre bem assim como o interese por parte de todos, até mesmo daqueles que nada têm para vender, em saber se estamos a gostar do país, de onde somos, o que esperamos. Talvez a diferença esteja aqui, ser estangeiro, ou arrisco a dizer que está no povo. Seja qual for a razão as experiências são imensas e todas diferentes umas das outras, não houve sitio onde não quisesse voltar, antes pelo contrário, despedi-me de cada um com especial lembrança.
Lisbon and Jodhpur. Two different cities. How is life in the center of each one of them and the difference between being foreign or local.
Lisbon, a city full of promises abroad, locations or both.
Between forced smiles and cow steaks to be served at the price of steak or even the pastries in the Rossio with waiting time so good as the citizen store.
I do not want to speak baddly about my city, on a lot of things is the result of national pride and mine too.
It is the cultural and economic differences that make us think more or less about the developed or not countries.
In Lisbon a coffee in the noble house A Brasileira is served by Mr anything as gold price and with a great effort by him, and also by us, to make us feel "well". We can ask for a glass of water and have the luck not to look aside by the consumption be just two and a half euros.
I also remember having created a routine with the girls to have a cup of coffee, this cheaper, at Largo de Camões.
The scene of so many meetings between foreigners, local people and others, this has a very cozy kiosk wide with a beer worthy of the place where it inserts. Among the visitors who previously talked about we have the real people of the place.Hippies, Communists sitting at that table already given by them, the guys of dogs, cats and fires and those who walk around there to ask for money to continue to be crazy. Even if you feel uncomfortable with such appearances (mainly the latest I reference) and even looking to the side and be a police present, there's not much to do, maybe pay and go.
In reality a simple recreational and gossip coffee can become extremely boring. Hide the packet of cigarettes is always the more appropriate and that at some point becomes a simple and automatic Act. Not to look to the side when we are approached,, not to give in to sad and dying of approaching bodies in hopes for a penny more in their pocket. It's sad and inevitable but it is a bad part of town.
Of course in many cafés we are well received and that experience can become unforgettable.
When I woke up in the morning in the city of Jodhpur I went to central market, best known as Clock Tower. Between stalls of fruit, dried fruit, rice, lentils, cabbage, toys, is a meeting point for everyone from 9am in the morning.
When we entered the market, to our right side we have the Shri Mishrilal Hotel which is probably the best place to drink lassi. To better understand, a lassi is a yoghurt beaten, with velvety texture, bitter flavoured, and that can have multiple fruits or spices.The lassi in question is special, and is sweeter than the traditional, wonderful to start the day.
We get in this place and the morning greeting is not the warmest, we sit and look forward to the lassi arrives at the table. Three days going to the same place is enough to be greeted with a smile on peoples faces and a goodbye with both hands.
Among the food traders and textiles, all the square is a frenzy. Tuc-tuc, cars, bikes, dogs, cows. Arise from all sides and all angles possible with an annoying beep that from what I know is present throughout Asia.
Every day I was offered a sari by the Lady of the house in front of the juices, or pants "alibaba", as they call it, by the traders of clothing stalls. I had to reject offerings with several "noes" followed and a grueling, if the intense heat of Rajasthan wasn't enough.
A common point in any shop, dealer or coffee, is the reception that we get. There is a great desire to receive from this people and that fascinates me every day. No forced smiles make us feel good as well as the interest on the part of everyone, even those who have nothing to sell, whether we like the country, where we are, what we expect. Maybe the difference is here, being a foreigner, or I risk to say thats just the local beaviour. Whatever the reason the experiences are vast and all different from each other, there was no place where I wouldn't to go back, on the contrary, I left each one with a special memorie.
Comentários
Enviar um comentário