Dreaming waters

Se havia experiência que eu queria ter na Índia era fazer as míticas backwaters em Kerala.

Chegámos à estação de Allepey por volta das 9:00h da manhã. Primeiro fomos encontrar um quarto para ficarmos e depois procurar um barco, pequeno e a bom preço.

O porto era extenso e fomos logo apanhados por um indiano cheio de vontade de fazer negócio. Claro que nos levou para uma embarcação, grande, pouco tradicional e muito moderno. 

Batalhámos durante umas horas com os rapazes , que insistiam que uma televisão e ar condicionado incluídos no transporte era o melhor que poderíamos ter. Quando desistirmos da procura, a caminho de casa, fomos chamados por um homem de dentro de um barco. Lá nos convenceu a entrar para vermos o que ele nos podia arranjar. Só de entrar quis ficar com aquele. Pequeno, limpo, com dois elementos de staff muito prestáveis. Ofereceu-nos de tudo. Peixe ao almoço e jantar, wellcome drink, lanche e duas cervejas para o final da noite.

Na manhã seguinte partimos às 11:00h, com um sumo de manga para dar as boas vindas à nossa casa andante. Água, árvores, árvores e água. Uma luz matinal cheia de energia e boa disposição, e um dia prometedor pela frente. 

O nosso comandante prometera passar por zonas menos turísticas e foi assim que se passou. Uma natureza tão envolvente que eu não compreendia como poderia ser tão barato passar por aquilo. Fizemos a primeira paragem numa aldeia no meio do nada, onde comprámos o peixe e uns camarões tigre para o almoço e jantar. Olhei para o lado e pedi um côco para o beber. O homem da loja de rua agarrou na catana que tinha junto a si e desatou a cortar o fruto. Bebi com vontade e satisfação.

Às 13:00h foi quando o rapaz da cozinha (uma verdadeira relíquia nesta viagem!) trouxe o nosso almoço. Pensava eu que ia ter direito ao peixe prometido, um arroz e uma bebida. Não. Era o peixe, mais um tacho de vegetais salteados, mais arroz, mais legumes salteados, mais uma data coisinhas maravilhosas e muito bem confeccionadas. Estávamos os dois muito satisfeitos com a comida, mas mais ainda pela paisagem que se impunha como principal elemento da experiência. 

Após o almoço parámos numa zona limpa, para que pudéssemos dar um mergulho e refrescar um bocado, já que o calor era, como sempre, abrasador.

Leituras em dia no belo romance O Amor em Tempos de Cólera, lanche igualmente delicioso e uma boa sesta durante a tarde. Senti-me completamente em sintonia com tudo o que me rodeava.

Ao fim do dia parámos o barco, perto de uma aldeia, para pernoitar. Saímos para visitar as redondezas, não muito vastas. Imediatamente a seguir, um senhor convidou-nos a espreitar os canais por onde os barcos grandes não tinham acesso. Surpreendentemente verde, calmo, intocável. Foi a cereja no topo do bolo, talvez. O João remou em conjunto com o dono do barco e eu fui deitada a consumir o que me rodeava a cada metro remado.

O jantar foi servido no topo do barco. Claro que vinha tão bem servido como as refeições anteriores, senão ainda melhor. 

Para terminar o dia, duas Kingfisher bem frescas e um silêncio apaziguador, juntamente com a vida nocturna da fauna que nos rodeava.

A manhã foi laranja, fresca e, novamente, com um pequeno almoço à altura. 

Tudo isto acabou por ser melhor do que tínhamos imaginado. Com grande satisfação, às 9:00h despedimo-nos dos dois tripulantes e seguimos caminho à restante aventura por terras indianas.       

 

If there was an experience that I wanted to do in India was to make the mythical backwaters in Kerala.

We arrived to Allepey station at 09:00 in the morning. First we looked for a room to stay and then a small boat at a good price.

The port was extensive and we were soon picked up by an Indian full of desire to do business. Of course that he took us to a untraditional and very modern craft.

We fought for a few hours with the boys, who insisted that a television and air conditioning included in transportation was the best we could have. When we were in demand, on the way home, we were called by a man from inside a boat. He convinced us to come to see what he could offer us. I've just enter and wanted to stick with that one. Small, clean, with two staff very helpful. He offered us mpst everything. Fish for lunch and dinner, welcome drink, snack and two beers for the end of the night.

The next morning we depart at 11:00 h, with a mango juice to welcome to our boat house. Water, trees, trees and water. A morning light full of energy and good mood, and a promising day ahead.

Our Commander had promised to go through less tourist areas and so it was that happened. A nature so engaging that I do not understand how it could be so cheap to go through it. We made the first stop in a small village in the middle of nowhere, where we bought a few tiger prawns and fish for lunch and dinner. I looked to the side and asked for a coconut to drink. The man grabbed in the catana that he had near him and undid the cut fruit. I've drank with ease and satisfaction.

At 01:00 pm was when the kitchen boy (a true relic on this trip!) brought our lunch. I thought it was going to be entitled to the promised fish, rice and a drink. No. Was the fish, another pan sauteed vegetables, more rice, stir-fried vegetables, plus a wonderful things very well made. We were both very pleased with the food, but even more so by the landscape that was necessary as the main element of the experience.

After lunch we stopped in a clean area, so we could take a dip and cool off a bit, since the heat was scorching as always.

Readings in day in the beautiful novel Love in the Time of Cholera , also delicious snack and a good nap in the afternoon. I felt completely in tune with all that surrounded me.

At the end of the day we stopped the boat, near a village, to stay overnight. We left to visit the surroundings, not very extensive. Immediately following, a man invited us to peek at the channels where the big ships had no access. Surprisingly green, calm, untouched. Was the icing on the cake, perhaps. João had rowed together with the owner of the boat and I was lying to consume what I surrounded in every metre paddled.

The dinner was served on top of the boat. Of course that had been so well served as previous meals, if not even better.

To end the day, two Kingfisher well fresh and a silence, reliever along with the night life of which surrounded us.

The morning was fresh orange and, again, with an amazing breakfast.

All this turned out to be better than we had imagined. With great satisfaction, at 09:00 we say goodbye of the two crew and follow the path to the rest of Indian land adventure.