Autocarros / Bus
Que o trânsito na Ásia é o pandemónio total já eu tinha conhecimento. Ser apanhada no meio dele foi, no mínimo, uma experiência com dois lados distintos.
Em Palolem, algumas vezes, apanhámos o autocarro com direcção a Margao para visitar a cidade. Esta foi, de longe, a viagem mais alucinante que tive até à data.
Inúmeras pessoas dentro de um meio de transporte de metal, pintado com cores garridas, retrato de um Jesus menos convencional, avisos escritos à mão, colunas a rebentar de música e gritos do rapaz dos bilhetes a anunciar cada paragem. Tudo me parece divertido, desde a música a ligar-se com a paisagem, às mulheres que esperam ansiosamente um sorriso ocidental.
Vou, divertida, a consumir tudo quanto é pormenor desta viagem.
No regresso a casa, no fim do dia, já com o dito autocarro meio vazio, uma espécie de ritual (assim me pareceu) começou nas curvas e contra-curvas deste caminho, maioritariamente a subir. Podemos calcular que o motor de um transporte destes não é o último grito no mundo da mecânica embora o motorista e os restantes passageiros possam crer que sim.
Como os indianos têm esta ânsia de chegar a todo o lado no menor tempo possível, esta ocasião não foi diferente.
Temos dois autocarros à nossa frente, motas e outro carro mais adiante. Como se o mundo acabasse amanhã, começámos a sentir as mudanças do motor a alterarem-se com alguma rapidez. Duas a cima ou duas a baixo, para que o animal de carga ultrapassasse os cinco veículos à sua frente.
O público aplaude a cada quilómetro percorrido com sucesso, e entre assobios, palmas e gritos de ajuda ao condutor o meu medo começa a fazer-se sentir. Pode parecer um momento de grande entusiasmo e de divertimento mas, na realidade, o meu estado de nervos foi-se assumindo como emoção principal.
O bicho apitava a cada curva, saia da sua faixa, punha a primeira mudança com tanto empenho que antevia mais uma ultrapassagem perigosa. Chegámos a ter um carro ou uma mota de frente, cada um à sua vez, a atrasarem a marcha para que o colapso não se desse.
A pressa era tanta que, para apanhar ou largar passageiros, as portas abriam em andamento com uma mão sempre a ajudar, à saída ou à entrada. Eu estava perplexa com o que estava a assistir. Não me cabia na cabeça tanta imprudência por parte do rapaz dos bilhetes (por quem nutria uma desagradável sensação) e pelo condutor, mais ainda menos sentido fazia os clientes se rirem do que se estava a passar, como se a vida não lhes valesse.
Após uma hora de viagem, e várias ultrapassagens perigosas e bem sucedidas, chegámos à idílica praia. Sai a correr daquele mundo, irritada com o perigo e com o meu namorado a rir-se nas minhas costas como se fosse cúmplice daquelas pessoas. Claro que, fora do perigo, a lembrança é cómica e na verdade posso tirar uma pequena moral neste episódio. Não é que não dêem valor à vida, só aproveitam cada momento e viagem dela própria para aplaudir e festejar o facto de ali estarem.
The traffic in Asia is the total gibberish as I was aware. Getting caught in the middle of it was, at least, an experiment with two distinct sides.
In Palolem, sometimes, we caught the bus with direction Margao to visit the city. This was, by far, the most crazy trip I had until now
Numerous people inside of a means of transport of metal, painted with colours, a portrait of a Jesus less conventional, hand-written notices, columns, the boy's screams to announce each stop. Everything seems fun, from music to connect with the landscape, women who anxiously await a smile.
I'm Glad to consuming all detail from this trip.
In homecoming, at the end of the day, with the half-empty bus, a kind of ritual (so it seemed) began in the curves of the road, mostly coming up. We can calculate that the engine of a transport of these is not the ultimate in the world of mechanics even if the driver and the other passengers may believe so.
As Indians have this eagerness to reach everywhere in the shortest possible time, this occasion was no different.
We had two buses, motorbikes and other car afront. As if the world ended tomorrow, we started to feel the engine changes to change with some speed. Two the top or two down, so that the load exceed the five vehicles in front of us.
The audience applauds every kilometer traversed with success, and between whistles, clapping and cries of help the driver my fear begins to make itself felt. It may seem a moment of great excitement and fun but, in reality, my state of nerves was assuming as the great emotion.
The beast sounded every curve, get off of his track, put the first change with so much commitment that was clearly more a dangerous overtaking. We had a car or a motorcycle, each in turn, delayed the march to which the collapse not of this.
The rush was such that, to pick up or drop passengers, doors were opened in progress with one hand always help, outside or at the entrance. I was perplexed with what I was watching. I do not fit in the head so much recklessness on the part of the boy of the tickets (for who I had an unpleasant feeling) and by the driver even more less sense did that the customers laugh than was happening, as if life were not good to be lived.
After an hour's drive, and several dangerous and successful overtaking , we had arrived to the idyllic beach. I've run off that world, irritated with the danger and with my boyfriend laughing on my back as if it were an accomplice of those people. Of course, out of danger, this was comic and in fact I could take a small moral in this episode. It is not that they fail to value life, they just enjoy every moment on own trip to applaud and celebrate the fact that they are there.
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